sábado, setembro 30, 2006

Entre o Rato e Belém


Edmond Rostand dizia que “um grande amor só pode existir à sombra de um grande sonho”, contudo, face a um movimento alegre socialista e, porque as conspirações e conjecturas são uma saída de emergência para denegrir o outro, neste caso o malévolo Cavaco, contrariando a reposição de uma verdade equitativa, Helena Roseta alinha pela pródiga moda da conspiração e das cabalas ao entregar, para o próximo congresso do partido da rosa, uma moção inpirada no contrato presidencial de Manuel Alegre, contra a grotesca conjectura de um bloco central PS-PSD orquestrado por Belém, visando apurar a identidade do seu partido. Não obstante, sem entrar em censuras, ao abrigo da minha sensibilidade, comovo-me com esta mulher de causas, a apoiante perene de Manuel Alegre, o eterno coupe de foudre rosa, implique que, um grande amor antigo só pode existir à sombra de uma grande teoria da conspiração.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Acrescento à Nabice "Literária"

É sem dúvida censurável que divulgue o livro bombástico de 2006 O Último Papa de Luís Miguel Rocha e, não receba um convite pessoal, com lugar privilegiado, entre os editores e aquele intelectual que consentiu que lhe enfiassem o barrete, para o lançamento. Apesar do meu mau feitio, não sou rancorosa, nem me deleito por apresentar um role de queixas insalubres, devo congratular a equipa editorial, e o autor de O Último Papa, pela privação ostentada de traquejo, de inexperiência radicada no pretensiosismo, o desconhecimento do mercado literário e editorial, e o desrespeito pelos colegas editoriais, bem como, o autor em questão do livro O Último Papa de David Osborn, de 2006, editado pela Difel. Longe de mim ser metediça, simplesmente aprecio contemplar as incoerências e as manhosices de quem alimenta o bicho da imbecilidade literária.

domingo, setembro 24, 2006

Liturgia à Nabice "Literária"

Porque é categórico progredir em termos económicos individuais, beneficiando da boa fé e da insipiência de quem ignora que qualquer contacto com uma entidade representativa de Deus e do seu filho é, somente, a manifestação da necessidade de ficar consigo próprio.
Perante este panorama de circuitos psicológicos, da proeminência da dominação da verdade sobre o cosmos e de escarafunchar o poder tentacular, existem gajos degenerados, contrafeitos, sabedores da arte de representação, sub-reptícios, pérfidos e serviçais da sua mente psicopata, que usufruem de um palco internacional brawniano e, que se encontram dispostos a assassinar literariamente o espectáculo music-hall que é a Igreja Católica. Todavia, não se confirmam as fontes de tamanhas conspirações que unicamente um escritor parvónio teve acesso. Tudo é anónimo e sigiloso pois, a coragem e os testículos são elementos desconhecidos. Já sei, justifica-se com perigo de vida. Que emocionante… deveras!
O meu conselho é colocarem as cartas em cima da mesa, accionarem uma clarificação total, detalhada e com dados biográficos, façam uma sublime crucifixação da embustice e da falsidade, e se se registar uma morte prematura, tal figura será recordada eternamente, cria-se um culto ao escritor e, quiçá, eleva-se o gajo a titulo de mártir com direito a feriado nacional.
A obstinação iluminada deste tipo de literatura é um facto social contemporâneo. Pretende-se a eliminação de erros Históricos que se tornam morais mas, que se voltam a repetir. Deste modo, não se reproduz uma revolução de mentes. A estupidificação ainda é um mal geral e reflecte-se imensamente sobre isso.
O deplorável é que se temos o beija-mão romano, na próxima sexta-feira, temos a liturgia de lambe cus do meio pseudo-intelectual português, de gente dotada de verborreia escroque, possuidores de uma inconstestável cretinice e que se afoitam por denunciar a devastação da realidade portuguesa e ocidental. Pois bem, esta gente sabe que temos um público idiota e que faz questão de não saber nada, logo, é garantido que uma resma de folhas seja um best-seller.
Atenção, escusam de ficar apoquentados, a indagação da realidade e a busca da designada verdade, é que todos estamos com os pés para a cova, somos feitos da mesma matéria e donos de flatulências.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Votações Com Asas - I


As Votações com Asas “Este Verão não posso deixar de ler?” encontram-se encerradas. Agradecemos a participação de todos os fiéis leitores e votantes do mirabolante Cabeças Com Asas. Após exaustivas análises estatísticas, exploratórias, comparativas e aplicação de testes não paramétricos apurou-se que o livro escolhido e predilecto para a época balnear 2006 é nada mais, nada menos que: Amar depois Amar-te da pitu, pitu Fátima Lopes. O resultado levou-nos a desenvolver diversas conclusões pressupostas:

1ª - Os leitores deste blogue são na sua maioria indivíduos do sexo feminino com tendências depressivas e que frequentam o CCB;

2ª - Os leitores deste blogue são espectadores assíduos das manhãs da SIC que exercem actividades domésticas ou pura mariconice;

3ª - Os leitores deste blogue nunca ousaram ler um livro na sua humilde existência (os livros escolares não contam para efeitos de análise);

4ª - Os leitores deste blogue ignoram por completo a utilidade de um bom livro e gozam de uma bagagem de 3000 ou 4000 vocábulos;

5ª - Os leitores deste blogue estão a marimbar-se para a cultura proeminente do país;

6ª - Os leitores deste blogue consideraram as restantes opções indigentes e lerdas;

7ª - Os leitores deste blogue votaram numa merda qualquer porque sim;

8ª - Os leitores deste blogue votam de acordo com a prosa bronca, mentecapta e destemperada da Nevrótica Aluada;

9ª - Os leitores deste blogue são uma corja de gente simpática, atenciosa, assertiva, intrépida e sabedores da arte zombeteira.

Note-se, que todos os participantes ganharam uma enciclopédia da História da Literatura Universal em 20 volumes, em hardcover, forrada a couro bordou, com alto-relevo e letra dourada e, com a chancela efectiva de Eça de Queirós, Carlos Mayer, Guerra Junqueiro, António Cândido, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Carlos Lobo d'Ávila, conde de Arnoso, Marquês de Soveral e Conde de Ficalho. Uma enciclopédia de extremo bom gosto, requintada e que ornamenta qualquer sala-de-estar ou biblioteca, todavia, ainda no prelo sem data prevista.

Mabon Time

segunda-feira, setembro 18, 2006

Entre Páginas

(...)
– Antigamente, para seu sofrimento, o homem tinha o refúgio da crença. Mas agora?
agora que precisamente...
– ... mas vejam! Exactamente quando mais se prega a libertação do homem, maiores são as tentações da escravidão.
O que era necessário era pois educar o homem na coragem da liberdade. Para a grande massa dos homens, mais custoso que tudo era a própria liberdade. Por isso ostentavam, aliciando-lhes a voz escrava. Porque para o comum das gentes, a vida só se justificava numa dádiva total, fosse ao que fosse: a uma doutrina, a um chefe, a um club de futebol... A dedicação a um club! Eis aí o símbolo perfeito da estupidez humana, da vileza do seu sangue.
– A pior luta para o homem, é talvez a luta contra si...
Porque, na verdade, o homem tinha pressa de alijar de qualquer modo o fardo de si próprio. Sabia que às leis ele as fizera, que os deuses ele os criara e os matara. Mas assim mesmo, tinha medo de ficar sós consigo, como diante de um muro.
O chefe antigo, menos talvez que um chefe, era um delegado: delegado de Deus, da Lei, da Tradição. Sem dúvida, o Delegado confundia-se quase sempre com o Próprio, porque a verdade era o que estava diante dos olhos. Mas justamente o confundir-se era o melhor modo de O não ser. Porque toda a sua pessoa se absorvia na do Outro. Mesmo um rei era Deus, por si próprio, e não por delegação, deixava assim mesmo de ser rei para ser Deus. E um deus, sim, adorava-se. Mas um chefe moderno não é um deus...
– Pois bem: nós queremos afirmar a vitória total de cada homem. Não deitar a perder o esforço da liberdade. Ter coragem de saber que os valores conquistados pelo homem são realmente valores humanos com o sinal da sua mortal condição. Não converter em mitos, em saudade dos deuses, precisamente o que conquistámos para os destruir. Termos a resignação corajosa de saber que a Razão não tem corpo de mulher, que a liberdade não é uma alegoria. Saber enfim que um Chefe é apenas um homem experiente e sabedor, um companheiro mais capaz – mas só isso. Desprezarmos portanto quem julga que um Chefe não tem ossos e tripas como nós, o traz em estampas como crentes beatos, e que lhe coscuvilha a vida e sabe de cor os hábitos que tem, o número de pedras de casa onde nasceu e os traques que vai dando pelo dia adiante... Se os deuses morreram, porquê a humilhação de os ressuscitar? Que a libertação do homem seja total, atinja o que há nele de mais nobre. Era o que eu tinha a dizer.
(...)
Vergílio Ferreira in Apelo da Noite, Bertrand Editora, 1989.

Lovely Duet

Travelling Light - Tindersticks feat. Carla Torgerson of The Walkabouts

domingo, setembro 17, 2006

Por Páginas Solarengas

Portanto, um jornal que vale por si, que não oferece brindes nem promoções à primeira vista, uauuu um outsider! À segunda vista, repara-se que o Sol anda a brilhar constantemente para a mesma gentinha dotada de smart talk, uauuu! À terceira vista conclui-se, it's the same old shit e porra pah a Amarante, a Rebelo Pinto, os Portas e a Carla Hilário no mesmo pacote!? Foge...
De maneira que deixo o meu manifesto não de primeira página:
O Sol será um jornal bizantino mas não blasonado, beateiro mas não boateiro, favorecedor mas não polipartidário, arguto mas não inteligente, corrompido mas não subjugado, pacífico mas não desopressor, previsível mas não autocéfalo, delimitado mas não contrafeito.
O Sol será, também, um jornal emparvecido mas não difamatório, esclavagista mas não transgressor, polidor mas não desprestigiante, consensual mas não indecente, anacrónico mas não saciado, confiante mas não peremptório, recente mas não antioxidante, histrião mas não nulo.
O Sol será, ainda, um jornal explícito mas não excelente, evidente mas não predominante, prescindível mas não insolente, esgotável mas não ideal, imenso mas não martirizador.
O Sol será, finalmente, um jornal antimnésico mas não obsoleto, influenciável mas não biscateiro, sectário mas não contraveneno, regularizador mas não estruturalista, sem carisma mas análogo.

Water, o Esperado


Na esteira da trilogia dos elementos terrestres Fire, Earth segue-se a esperada estreia em cartaz de Water da cineasta indiana Deepa Mehta, radicada no Canadá. Water é um filme sublime, luminoso, sensível e tocante. Os cenários e a qualidade de imagem são extraordinários, imperam os azuis turquesa, amarelos e vermelhos. O filme, apesar de ser uma obra de ficção, expõe de forma extraordinária a realidade das viúvas da Índia colonial dos anos 30, contando a história da encantadora e inteligente Chuyia, uma jovem noiva hindu que tem apenas 8 anos de idade. Quando o marido morre, a inocente Chuyia vai ficar aprisionada às tradições religiosas: as pulseiras são quebradas, a cabeça é rapada, veste um sari branco, a única veste permitida para uma pária “impura” e é mandada para um refúgio de viúvas, um ashram, onde deve ficar para sempre, sem comunicar com a família, outras crianças, mulheres e homens, à excepçao, das restantes companheiras viúvas.
O ashram é uma casa que protege e auxilia as viúvas desamparadas e obriga a pedirem perdão pelos seus pecados. O único festival que podem celebrar é o Holi. As viúvas são consideradas uma responsabilidade e um fardo para as famílias as sustentarem, uma ameaça à apropriação dos bens do falecido marido e são consideradas mulheres sexualmente perigosas. Todavia, a pequena Chuyia vai conviver com as restantes viúvas de condição adulta na esperança vã que a sua mãe a virá buscar, mais cedo ou mais tarde.
Ao longo do filme conhecemos as histórias pessoais das viúvas: a velhinha que vive no ashram desde os 7 anos de idade e cujo único sonho é comer novamente um dos doces que provou na cerimónia do seu casamento, Shakuntala é uma mulher de meia idade, inteligente e astuta que sofre ao percepcionar que está a envelhecer e vive dividida entre a revolta pela sua situação, pela compreensão das tradições e o medo de não se comportar de forma adequada. Existe também a poderosa Didi, que é a “chefe” da casa e que desfruta de determinadas regalias e a bela e atractiva Kalyani que aos 17 anos de idade, estando na casa desde os 8, é a única mulher que tem a autorização de usar os cabelos longos, que sustenta as regalias de Didi, como o ashram através da prostituição.

É com a chegada de Chuyia, o amor não bem visto de Kalyani pelo jovem indiano nacionalista Narayana, o suicídio de Kalyani, a revolta de Shakuntala, bem como, o contexto social da Índia em mudança, o questionar das interpretações religiosas que travam o progresso social e os direitos das mulheres e, a ascenção de Ghandi que vai revolver as mentes e o ashram mas sem a garantia de um êxito total.
Ainda hoje existem instituições como esta na Índia, onde não são reconhecidos quaisquer direitos às mulheres. Estimam-se que existem 20 mil viúvas que mendigam à beira do rio Ganges. O censo de 1991 indica que 8% da população feminina da Índia são viúvas, o que significa cerca de 34 milhões de pessoas.

Inicialmente, o filme era para ser filmado no país porém, os fundamentalistas hindus opuseram-se gerando tumultos e ameaças de morte à realizadora, obrigando ao cancelamento das filmagens que duraram cinco anos, e que tiveram de continuar no Sri Lanka.
Sob o elemento primordial da água e do seu ciclo, que metaforicamente é o ciclo da vida e da morte, das experiências, da clarificação e da pureza e igualmente, da força destruidora que flúi em direcção à renovação do pensamento e modos de vida.

segunda-feira, setembro 11, 2006

The Summer's Over, It's The Golden Rule

All the kids are going back to school
Nos próximos anos lectivos a miudagem prepara-se deste modo:

Porém...

Primeiramente, antes de qualquer acordo possível, porque não renovar, reestruturar literalmente e arrumar este e, mais este, retardados perpétuos? Não se zanguem... é só uma opina.

Oposição!?

A disponibilidade, os discursos imperativos, os pactos e acordos do froxo do Marques Mendes deve-se simplesmente aos fantásticos:

Indevoções, as Minhas

Face à História contemporânea, o Irão é daqueles países que não exerce um grande fascínio sobre mim, à excepção da cantora Azam Ali, e de ter banido, não pelos motivos devidos, a chachada sanguessuga dos livros do Paulo Coelho para gajas carencidas de movimentos masturbatórios, que pensam que o melhor substituto para o prozac é uma via espiritual cheia de indulgências e castidades, numa amplitude compensatória de um marido comutado e ausente, e porque a torpeza não o permite, recalca-se a fantasia de se ser uma puta.

domingo, setembro 10, 2006

Os Sentidos

Correspondences
La Nature est un temple où de vivants piliers
Laissent parfois sortir de confuses paroles;
L'homme y passe à travers des forêts de symboles
Qui l'observent avec des regards familiers.
Comme de longs échos qui de loin se confondent
Dans une ténébreuse et profonde unité,
Vaste comme la nuit et comme la clarté,
Les parfums, les couleurs et les son se répondent.
Il est des parfums frais comme des chairs d'enfants,
Doux comme les hautbois, verts comme les prairies,
- Et d'autres, corrompus, riches et triomphants,
Ayant l'expansion des choses infinies,
Comme l'ambre, le musc, le benjoin et l'encens,
Qui chantent les transports de l'esprit et des sens.
Charles Baudelaire, Les Fleurs du Mal

Ninguém Pára o Pinho...

É verdade sim senhor, o gajo que é Ministro da Economia anda ali a esfalfar-se todo, em correria desesperante, bem montado e consciente dos seus aprioris, sofrendo da síndrome de workaholic para o bem capital da vida económica portuguesa. Tenham juízo pah! Não há que guilhotinar o gajo porque anda a 212 quilómetros/hora na A1 na viatura ministerial.

sábado, setembro 09, 2006

Manifestos Surrealistas

Recorde-se Luís Buñuel, o génio cinematográfico na morada da oniricidade de outro grandioso génio, Salvador Dali, e à luz da psicanálise em "Un Chien Andalou" (1929).


Buñuel, o Único

Manoel de Oliveira, aos 97 anos de idade, esconde-se na genialidade e intemporalidade do cineasta surrealista Luís Buñuel (1900-1983) e marca o Festival de Veneza com "Belle Toujours" uma amplificação temporal insinuante, da insinuante obra "Belle de Jour" (1967) de expressão libidinal, entre as fronteiras imprecisas da realidade e da fantasia, com Catherine Deneuve.

Por Veneza


A par do Festival de Veneza, apresento um dos melhores livros que se distingue pela tradição do new journalism, ao estilo de Trauman Capote, uma obra de não-ficção, possuidora de técnicas literárias romancistas, rica no traço das personagens e na descrição de lugares. A Cidade dos Anjos Caídos de John Berendt, autor do bestseller Meia-Noite no Jardim do Bem e do Mal, é um livro de uma narrativa de suspense, mordaz e espirituosa que nos revela a enigmática cidade de Veneza, o seu quotidiano e a influência da maré no humor dos venezianos. Por trás das requintadas fachadas da mais bela cidade histórica do mundo, reina a venalidade, o escândalo e a corrupção. Através do incêndio que destruiu o mítico e lírico Teatro La Fenice, a 29 de Janeiro de 1996, onde tinham estreado cinco obras de Verdi, é o ponto de partida para o autor nos dar a conhecer os novos e velhos habitantes de Veneza, os segredos e a excentricidade da sociedade veneziana que somente está ao alcance de um grupo restrito de figuras e privilegiados como: Henry James, Lorde Byron, Hemingway, Peggy Guggenheim, Ezra Pound, Woody Allen, os príncipes de Kent, o príncipe Aga Khan, Gianni Agnelli, Herbert von Karajan, Archimede Seguso, Ludvico De Luigi e os segredos que envolvem a sociedade Salvar Veneza.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Comunices

Pelo saudosismo Terrorismo de Estado porém, nunca morto, mais uma vez se confirma que a força comunista é um grupo terrorista activo dotado de ataques cirúrgicos psicológicos e, outros ocultos em dimensões físicas, que procuram atingir a estupidificação, a vitória da aquiescência, o grito abafado da carneirada bafienta, a ordem pública ditatorial.
Em nome da célebre frase “A minha liberdade termina quando começa a do outro” consigo ainda manter relações de amizade com gente que pensa que o Avante é uma rave, que nunca me decepcionaram com falta de mortalhas, que a rebeldia é um enfrascamento durante três dias e, com sorte e inconsciência, os panfletos das FARC deram para uns filtros jeitosos.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Homenagem

O cineasta belga Rémy Belvaux, de 40 anos de idade, faleceu esta terça-feira. Regista-se a homenagem ao realizador de um dos melhores filmes de culto europeus C' Est Arrivez Près de Chez Vous – uma obra-prima dos tempos modernos do trio belga Belvaux, Bonzel e Poelvoorde. A vida de um criminoso, aliçercada na contradição de ser um sujeito bem formado, com uma profunda consciência social e que expressa as suas concepções, é acompanhada por uma equipa que elabora um documentário sobre as diversas maneiras de matar, roubar velhinhas ou criancinhas indefesas e de violar, bem como, apresentam o cenário real da sociedade onde ninguém está a salvo dos comportamentos agressivos, e onde o fenómeno da violência é banalizado pelos media. Uma sátira ao nosso modus vivendi.

Família Spot Bancário & Plástico Status

Sem romancear os factos… encontram-se sempre desculpas para um bilhete de férias com as individualidades que andam lá por casa. Férias essas que coexistem com os devaneios de rever gente que, em alguma circunstância, se gerou por equívoco um grau de parentesco que nos une lá para as eternidades da nossa esperança média de vida.

Os dias de el dolce faire niente são ataviados por um protocolo de almocinhos, cházinhos e jantarzinhos com criaturas de contacto dúbio, que usualmente são reencontradas nos casamentos, funerais ou, em concelho económico, com hora marcada para a lamentação e cravanço puro e duro.

Na realidade férias na terrinha, na cidadezinha, tratam-se de sessões de hipocrisia desenvolvidas por abutres e copistas que efectuam uma avaliação económica dos bens móveis e suposições quanto aos imóveis. Inclui também uma consulta raio laser anatómica, seguido do melhor sorriso conseguido às prestações no dentista. Acrescente-se uma catadupa de dietas, operações estica-estica, silicone, apuramentos competitivos quase nipónicos sobre os graus académicos, distorções de savoir-vivre, discussões, futurologias do próximo a casar e, do próximo a morrer e, ainda, uma selecção exaustiva da última moradia terrestre ao fechar dos olhos.
Se a fé move montanhas, nesta caso, a fé não permite um estado de mudança. Condenado é aquele que não mantêm o carácter sagrado do trunfo da família entediante numerosa e de imbecilidade refinada.
A única coisa que constato é que as maiorias, sejam elas quais forem, acabam por ir para o galheiro ou, ficamos mudos desconcertantes.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Pastoreio


Estou numa crise de raíz metafísica-existencial, pelos predomínios ontológicos dos mistérios da Terra, dos desígnios divinos e das devoções alheias ao meu egocentrismo emparvecido.
Não consigo compreender a perseguição cerrada das jovens encalhadas e das idosas de tachas arreganhadas, pregadoras da palavra do Senhor, que insistem em rechear-me de panfletos sobre uma suposta Iluminação divina e, vender-me, à boa moda medieval, um lugarzinho no céu.
Epah... começo a pensar que tenho ar de quem precisa ser exorcizada, de encalhada ou de santa depravada. Das três, uma!
"A sacristia… é dir-se-ia a casa-de-banho da casa do Senhor. Dá para uma pessoa se soltar." Boris Vian

Gaifonices a 25

Durão Barroso, o visionário, lançou o desafio aos jovens europeus para não cederem à “posição careta” dos indivíduos que não acreditam no futuro da Europa e contrariarem o fenómeno da “crisofilia” instalada. O Cabeças com Asas assegura que a “posição careta” dos próprios jovens tugas-europeus em relação ao futuro é:

Norwegian Duo

Setembro dourado vai ser adornado com...

Melody Mountain, um álbum repleto de covers perfeitas

Hallelujah (Leonard Cohen)
It’s a long way to the top (AC/DC)
These days (Matt Burt)
Condition of the heart (Prince)
Love will tear us apart (Joy Divison)
Crazy, crazy nights (Kiss)
Don’t think twice, It’s all right (Bob Dylan)
It’s raining today (Scott Walker)
Enjoy the silence (Depeche Mode)
Fotheringay (Sandy Denny)

Um álbum de fascínio subversivo que não fica aquém da revelação List of Lights and Buoys mas, evidencie-se a ausência de um registo musical dos próprios Susanna and the Magical Orchestra.