sábado, novembro 25, 2006

Se Uns São Passivos, Outros Fumam Cigarros


De facto é mais fácil legalizar do que legitimar, continuo à espera de uma explicação razoável acerca do Processo de Bolonha. O conformismo dos estudantes portugueses está a causar-me náuseas, entropia a minha que uma licenciatura de 3 anos não será preterida pelo patronato por uma de 4 ou 5 anos, os estágios são uma miragem, os politécnicos um erro, o 12º ano foi uma ilusão, o + 23 um delírio inventivo do Governo e os mestrados uma alavanca de argent. O subterfúgio da mobilização é mandar à merda uma pátria, a globalização uma desculpa para tudo.
O Processo de Bolonha só me leva a uma conclusão: as Universidades Públicas e Privadas são carteiristas de caviar. Parece-nos evidente o negócio da China.
Se afirmam que século XX foi de servidão, este novo século é um eclipse de homens livres.

Destino das Palavras e dos Homens

Se a relação com o mundo externo não cessa, devo dizer que perdi a minha lupa e desliguei-me por momentos do país caquéctico, da blogosfera e marquei encontro com a mão-de-obra local do país real.
Não, não acordo às seis da manhã como o Durão Barroso, nem cometo o suicídio do não ser ao dar razão aos escroques da imprensa, somente ouvi dizer que em 10 valores há 1000 crenças e 10000 atitudes. Era uma vez, um sistema de valores em crise a par de uma economia em crise, sejam inúteis que o taxímetro das atitudes está avariado. Voltei por momentos…

segunda-feira, novembro 13, 2006

Tão Longe e Tão Perto da Vida Política, ó Santana

Depois de Carrilho, até que enfim chegou ao mercado literário o livro pelo qual ansiava, um livro que vem devolver a verdade sobre os factos, clarificar a vida politica de há dois anos atrás, elucidar os portugueses e salvar o "coiro" com savoir-vivre. É notoriamente um livro surpreendente, tem letras, tem palavras, frases e pontuação ortográfica. Para além disso, rico em revelações bombásticas, Sampaio foi um banana e Cavaco o mau da fita. Percepções e Realidade, promete ser o best-seller deste contador de estórias da sociedade portuguesa, Pedro Santana Lopes, com o patrocínio amigo de Zita Seabra.

Observação: ler com “serenidade”.

Psicanálise Socialista

Por teorias freudianas alistadas ao congresso socialista, Sócrates, o reconfirmado contestado atesta que “as reformas que são necessárias vão para a frente para modernizar Portugal”, prevê-se já em 2007 um colapso da função pública, da geração morangos, dos falsos democratas do 25 de Abril e daqueles que não cumprem os objectivos do cargo, ai sim seria um Portugal não moderno mas, mais equitativo e, pelo menos, mais inteligente. Se os socialistas têm a chapa desgastada de lavagem mental ao povo adiado, hoje de manhã encontrei um e-mail que sugeriu este tipo de lavagem cerebral:Caramba e fez-se luz! Agora compreendo qual é psicanálise que José Sócrates se refere no que concerne às críticas e tipos de lavagens cerebrais dos militantes do partido socialista. Sou forçada a dizer que a maioria do ser humano opta, ou gostaria de optar, por estas psicanálises de esquerda.

domingo, novembro 12, 2006

Elemento Água - II

A Concha

A minha casa é concha. Como os bichos
Segreguei-a de mim com paciência:
Fachada de marés, a sonho e lixos,
O horto e os muros só areia e ausência.

Minha casa sou eu e os meus caprichos.
O orgulho carregado de inocência
Se às vezes dá uma varanda, vence-a
O sal que os santos esboroou nos nichos.

E telhados de vidro, e escadarias
Frágeis, cobertas de hera, oh bronze falso!
Lareira aberta ao vento, as salas frias.

A minha casa… Mas é outra a história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço,
Sentado numa pedra de memória.

Vitorino Nemésio

sábado, novembro 11, 2006

Intermitências da Lucidez, Cinematografia e um Coelho


Ora bem, a obra saramaguiana vai de vento em popa, em entrevista a José Carlos de Vasconcelos no Jornal de Letras, acerca do último livro As Pequenas Memórias, somos testemunhas da mestria, da eleição cuidada de palavras de José Saramago ao longo da entrevista: “De facto, duvidei se devia ou não tocar em certas coisas. Toquei, está tocado, não sei se fiz bem ou mal.” – no mínimo extasiante.
O Nobel português da Literatura também anunciou que, o Ensaio sobre a Cegueira vai ser adaptado ao cinema pelo realizador brasileiro Fernando Meirelles, e entre o elenco de actores interessados encontram-se, não Diogo Infante, muito menos Rogério Samora mas sim, Brad Pitt!
Igualmente por não estreias cinematográficas, relembro que no passado Luís Miguel Rocha, o “escritor encantado” como designa Filipe d’Avilez na sua crítica da revista Os Meus Livros, afirmou na RTP que O Último Papa seria adaptado ao cinema recheado de estrelas de Hollywood mas, para quando não se sabe... Talvez se trate de uma película caseira produzida pela Saída de Emergência.
Em contrapartida, o Cabeças com Asas converteu-se em espia telepático e entrou em contacto com os pensamentos mais íntimos de Prado Coelho, sobre a adaptação do Ensaio sobre a Cegueira ao cinema, que passamos a transmitir:
Foda-se, manifesto a minha displicência e profunda exacerbação quanto a esse sujeito que andou às voltas com o Memorial do Convento, é sobretudo dilacerante que na minha intermitente memória fui um miúdo sentimental, bem sei que Saramago, em represália deplorada, plagiou o meu sonho secreto de Blimunda nos meus braços a esmiúça-la em registo copulatório letrado. Tal façanha remeteu-me para a prática do onanismo literário. Esse Saramago foi um tipo levado dos diabos! Sob uma capa existencial agónica e impassibilidade no meio capitalista, é sabido que o idealismo comunista foi apenas uma teratologia de segunda infância que desencadeou o estado estuporoso presente nos seus romances, a santidade do clímax é algo raro, e o esfreganço cultural uma miragem. Por sua vez, o meu cognitivismo-masturbatório expresso na minha capacidade intelectual diante da possessão metafórica sádica, do masoquismo na temática cinematográfica, investido em excitação neuronal isenta de ejaculação literária, é de todo irrazoável, inconcebível em não optarem por Beatriz Batarda como protagonista ideal para o Ensaio sobre a Cegueira, Blindness, bastava somente virá-la ao contrário e já tinha bigode.

Elemento Água

Tudo declinou
a lua há muito tempo
e a tua praia
já não há luzes acesas
sei que estás presente
nunca mais voltarás a ser
nem os meus gritos
nem a minha surdez
te comovem a ponto de eu ver

todas as palavras que ainda faço
toda a chuva que invoco
tudo isso se afasta
pois vi-te afastares-te
a este caminho não regressas
tu nem eu

e quando a chuva vier
e quando o vento abrandar
fica comigo
se perco pessoas
a ti não te perco
nem na multidão
nem na chuva
nem entre palavras

posso querer cantar querer dançar
mas tu tens de estar morto
estar onde eu não te alcanço
estar onde não te posso perder

Eva Christina Zeller

Magusto

À míngua das tardes de Novembro, na hora rasa da noite, em voz apagada e por fumos descoreografados, por toda a cidade habitam os vendedores de castanhas…
Pelo São Martinho vai à adega e prova o teu vinho, o facto é que a chuva parou e o Verão voltou, pronuncio de fertilidade e sabedoria? Regressem as festas agrícolas e prova-se o vinho de forma mais leve, a água-pé e fica-se com música tradicional mirandesa Galandum Galanduina (click para ouvir).

terça-feira, novembro 07, 2006

Passatempo com Asas

Descubra as Semelhanças
Portugal assolado por inundações

José Sócrates no debate do Orçamento de Estado ("Orçamento da verdade") para 2007

domingo, novembro 05, 2006

Questões Referendárias

The Birth, Mark Ryden
A despenalização da prática abortiva é uma das questões de relevante interesse nacional, que estão na ordem do dia, entre a "deputagem", o Tribunal Constitucional, os media, as esquinas dos quiosques, os cafés do bairro e no seio das famílias portuguesas, onde o NÃO impera e, o SIM é motivo de violência e cacetada verbal doméstica.
Controvérsias fora de bordo, é certo e sabido que estamos perante uma questão delicada. Discussões na outra margem, também é previsível e experienciado que o bom e sensível cidadão português em questões problemáticas, e que sejam objecto de referendo, atende em democracia directa a descartar a responsabilidade e a dar de pinote. Que se lixem as gajas, a humanidade e os efeitos vinculativos (recorde-se que no passado referendo apenas 31% do eleitorado foi às urnas).
Por contemplações lascivas, ou talvez não, é insociável que existam questões referendárias que merecem ser lançadas para cima de qualquer futura mesa do IKEA de Paços de Ferreira, tais como:

- Concorda que em determinados casos as mães devem fechar as pernas na hora do parto?

- Concorda com a interrupção bucal nos primeiros três segundos dos discursos de Cavaco Silva?

- Concorda com a interrupção dos mandatos dos autarcas que ganham dinheiro com a mesma facilidade que um empreiteiro?

- Concorda com a interrupção involuntária do programa "Eixo do Mal" quando a Clara Ferreira Alves respira?

- Concorda com a interrupção voluntária do Processo de Bolonha?

- Concorda com a despenalização da canabis e consequente gravidez indesejada?

- Concorda com a despenalização de condução com álcool acima do estipulado por lei na medida em que o português é um animal que aceita morrer em prazer (álcool, estupefacientes, prozac, vinho verde, crédito, jogo, velocidade)?

- Concorda com a introdução no calendário anual dos feriados religiosos das respectivas religiões presentes no território português?

- Concorda que se a culpa morre solteira a ética e a língua do Coelho e dos socialistas em geral devem ser guilhotinadas?

- Concorda com a prática da eutanásia a entidades dotadas de poder executivo e legislativo mas, desprovidas de personalidade jurídica e que coloquem em causa o pérfido nome da justiça portuguesa e a péssima qualidade de vida dos portugueses?
O que quer que se diga, o egoísmo das diversas partes e as causas de uma determinada sociedade, muitas das vezes, não são as causas de toda e una Humanidade.