quinta-feira, setembro 27, 2007

Preto e Branco

Considero saudável estar só na maior parte do tempo. Estar acompanhado, mesmo pelos melhores, cedo se torna enfadonho e dispersivo. Adoro estar só. Nunca encontrei um companheiro tão sociável como a solidão. Estamos geralmente mais sós quando viajamos com outros homens do que quando permanecemos nos nossos aposentos. Um homem quando pensa ou trabalha está sempre só, deixai-o pois estar onde ele deseja. A solidão não é medida pelas milhas do espaço que separam um homem e os seus congéneres. O estudante verdadeiramente diligente de um dos enxames da Universidade de Cambridge está tão solitário como um derviche no deserto. O agricultor pode trabalhar sozinho no campo ou nos bosques durante todo o dia, mondando ou podando, e não se sentir solitário porque está ocupado; mas quando chega a casa, à noite, não consegue sentar-se numa sala sozinho à mercê dos seus pensamentos. Tem que ir onde possa «estar com pessoas», distrair-se e ser compensado pela solidão do seu dia; e, assim, interroga-se como pode o estudante estar só em casa durante toda a noite e grande parte do dia sem se aborrecer ou sentir-se deprimido. Mas ele não entende que o estudante, se bem que em casa, ainda está a trabalhar no seu campo, a podar os seus bosques, tal como o agricultor o faz nos seus e que, por seu turno, procura a mesma diversão e companhia que este, embora eventualmente de uma forma mais condensada.
Ouvi falar de um homem perdido na floresta e a morrer de fome e exaustão ao pé de uma árvore e cuja solidão era aliviada pelas visões grotescas com que, devido à fraqueza física, a sua imaginação doente o rodeava, e que ele acreditava serem reais. Assim também, graças à saúde e à força física e mental, podemos sentir-nos continuamente animados por uma companhia semelhante, se bem que mais normal e natural, e chegarmos à conclusão de que nunca estamos sós.
Henry David Thoreau

terça-feira, setembro 18, 2007

E Tinha Que Ser...

Em efeito voyeur pelas notícias dos últimos dias e pelos factos passados, voltamos a certas premissas primitivas beneficiárias. A lei só se conhece quando determinadas individualidades a infringem, por causa disso, é visível que quem detém o poder legislativo se obstem em “guilhotinar” culpados, afinal, a liberdade de alguns permite facilitar a abordagem ou, o encobrimento, de determinados problemas. Os circuitos controlam-se.

domingo, setembro 16, 2007

Para Que Servem os Direitos?


A democracia resumindo-se a um sistema de cotas sociais, é proveitosa para a corja ruinosa instalada nas nossas instituições públicas. Cretinice absoluta é diminuir a autonomia dos cidadãos portadores de deficiência, à luz de ideias bombásticas para a extorsão de direitos de quem não se encontra integrado, de forma ajustada, a uma sociedade que se baseia por padrões de normalidade aberracionais. Havendo um aumento da dificuldade em obter-se a isenção de imposto automóvel aos cidadãos portadores de deficiência motora, onde é preciso uma junta médica para determinar o grau elevado de deficiência, também é preciso uma junta médica para averiguar e caracterizar o grau elevado de lorpice dos detentores de cargos políticos pois, o pressuposto de idiotismo é um ponto assente e observável. Assim, caso o sujeito atingisse o escalão elevado, o que seria a maioria absoluta eleita, havia que prosseguir-se uma alteração ao estatuto remuneratório dos titulares de cargos políticos e, a uma isenção total das mordomias, favoráveis ao dispêndio dos cofres do Estado.

Agitar Fantasmas



A pachorra para projectos musicais a dois, do tipo João Pedro Pais com a pardaloca da Mafalda Veiga, estica-se para um inclassificável projecto a três entre Sócrates, Marques Mendes e Menezes numa cover inédita do “quem me leva os meus fantasmas” de Pedro Abrunhosa. Na minha opinião o refrão encontra-se muitíssimo bem distribuído pelos três artistas cantadeiros, ora reparem:

Here Comes Siouxsie Sioux

Certíssimo é o meu Domingo ser marcado com o regresso da belíssima Siouxsie Sioux e o seu primeiro álbum a solo intitulado Mantaray. Desejo que inclua Portugal na sua digressão!

sexta-feira, setembro 14, 2007

ༀམནིཔདྨེཧཱུྃ

É desconcertante a Sua Santidade não pedir uma audiência com o PR, ou seja, o próprio Dalai Lama não deposita qualquer espécie de fé em Cavaco Silva. Porém, não causa espanto se tivermos em conta os ensinamentos de Dalai Lama: "fale a verdade, seja ela qual for, clara e objectivamente, usando um toque de voz tranquilo e agradável, liberto de qualquer preconceito ou hostilidade."

Vida de Cão

Canito apanhado na A8 em direcção às Caldas da Rainha
A devoção por sentenças de carácter prático e popular deviam ser revistas. O Cabeças com Asas propõe novas alterações na arte proverbial:
Cão que ladra conduz
Cão de raça não anda a pé
Cu de Cão e nariz de gente, anda tremido
Preso por ter carro e preso por não ter cão
Livra-te do homem que não fala e do cão que não conduz
Tanto vai o cão ao volante que um dia lá deixa o focinho
Os cães ladram e a carro passa

quarta-feira, setembro 12, 2007

Sucessões...

O poder corrompe o homem, o casal McCann corrompe a polícia, corpos diplomáticos, imprensa e o Papa, Moitas Flores corrompe a Câmara Municipal de Santarém, psicólogas bonitas e jovens corrompem a inteligência, José Miguel Júdice e Henrique Monteiro corromperam os meus ouvidos!

Criaturas Transgênicas

Juntamente com a poluição novelística produzida pelos meios de comunicação aconselha-se a elaborarem um break-time. Já sinto uma certa nostalgia dos janados do grupo activista “Verde Eufémia”, insiram umas news dos gajos pá! É com alguma frequência que a tentativa de servir a comunidade se revela tão fracassada.

We Don’t Need Classroom! We Don’t Need Teachers!

Fiona Hewitt
Parece que hoje foi o dia da pequenada começar a azáfama escolar. Consegui apurar as exigências ao nível do material para uma aprendizagem que vem reforçar as necessidades educativas dos alunos, evidentemente, com a qualidade e prestígio da União Europeia.

Geração Hi-Tech
Lista de Material para o Ano Lectivo 2007-2008
- Portátil Fujitsu Siemens – AMILO Pró V3515 Edition
Monitor 15,4
Processador Pentium Dual Core 1,86 GHz
Memória 1 GB; disco 80G; DVD Writer Wi-Fi
Sistema operativo Vista Premium
Office 2007 Standard; Em Português

- Placa ZTE USB
Banda Larga 3,6

- Pen Drive com o mínimo de 1GB

- Mini Rato Óptico de Interface USB com Sensor de 800 dpi, 2 botões e roda de deslizamento

- Mochila de transporte em nylon para portáteis

- 2 tinteiros a preto e a cor

- Pen translator

- Background da fotografia do Primeiro-Ministro

Literatura Sob o Sol Nascente


Num cenário diferente do estoiro literário pelo romance histórico, chega-nos Ormuz de Miguel de Cours Magalhães, editado pela Planeta Editora. Trata-se da saga heróica de Freyre de Andrade na Arábia, Pérsia e Índia, a viagem inesquecível pela Ásia de 1600 e o culminar da queda do império português no oriente.
Uma obra literária fruto de um intelecto inebriado por factos históricos pouco revelados, repleta de suspense, que fala de estratégia militar e que reúne condicionantes políticas e culturais que se esbatem no panorama civilizacional dos nossos dias, bem como, arrasta-nos para batalhas épicas, lendas e paixão. Ormuz foi a cidade mais importante do golfo Pérsico e a chave do comércio marítimo entre a Arábia, a Pérsia e a Índia. Os seus palácios e casas de habitação em nada ficavam a dever aos da Europa. As suas ruas eram numerosas e nelas proliferavam as lojas e os mercados, onde se podiam encontrar todos os produtos do Oriente, desde os mais modestos, como as tâmaras e os limões, até aos mais sumptuosos, como as pérolas de Barém, os cavalos e as tapeçarias da Pérsia ou as sedas e as porcelanas da China.
O autor segue a esteira de Fernão Mendes Pinto, superando-o na translucidez do enredo, pelo vislumbre superior que surge pelo estudo e reminiscência do espírito lusitano. A ilustração e os detalhes gráficos que acompanham o livro tornam-no majestoso.

Entusiasmos Campestres

O triunfo de Baco, Velázquez

Em atitude expia é inútil apenas o PCP e o Bloco de Esquerda manterem os seus comícios nas barraquinhas das feiras solarengas que se realizam nas terras deste país. Todos os partidos políticos representados na Assembleia da República, deveriam gozar da mesma capacidade de logística e de resposta e, terem a sua representatividade numa barraquinha da feira animada pelo som, de um músico popular que desconheço mas, que ouvi: “se queres beijá-la, se ela gosta, dá-lhe agora que ela está de costas”. De facto, esta forte filosofia anal remixadas com as balelas do Bloco e do PCP, para além de sair um som todo quitado é, sem dúvida, o reflexo honesto do desejo nacional em se deixar enrabar. O útil destes ajuntamentos passa pela natureza ser infinita, e existem sempre umas tasquinhas porreiraças com vinho do lavrador.

O Bom Filho ao Blogue Retorna!

The Veil, Mark Tansey

Sem moderações, com ponderações em mente, a ordem social assenta sobre a resignação dos desventurados, sem chaves da casa do Senhor, sem um portátil com a chancela socrateneana e, sem deter a bomba de vácuo russa, insulte-se o meu regresso ao Cabeças com Asas. A celebração da minha ausência está terminada. A desforra enceta-se…