quarta-feira, outubro 31, 2007
terça-feira, outubro 30, 2007
Get back to the simple life in Lisbon
Ontem ouvi involuntariamente os planos de uma sexagenária dos arredores de Lisboa numa manhã de Segunda-Feira: “acordamos cedo e vamos tomar café ao Largo do Rato por 40 cêntimos”. Procuram-se promoções para Terça-Feira.
domingo, outubro 28, 2007
Ordinary People
Uma parte da vida é preenchida pelo ritmo de idas e vindas ao corredor da memória. Recordações vivas, lembranças que permanecem, memórias esquivas, reminiscências perdidas, rememorações que doem, fantasmas, momentos de outrora, ensejos afortunados, um passado que se restaura ou se esquece. O Skarabej é um site bizarro que acolhe o "Museu Online de Velhas Fotografias de Família". O propósito é publicar fotografias antigas encontradas no lixo, na rua, no sótão ou na cave de casas abandonadas, principalmente na região da antiga Jugoslávia mas, que contempla vários países. Skarabej deseja criar um arquivo de memórias de pessoas desconhecidas, revivendo a máxima "porque todos estamos fadados a cair no esquecimento um dia". Interessante para todos os amantes de fotografia, colectores de antiguidades e respigadores de memórias.
A Sombra Sou Eu
Fading, Sylvia Ji
A minha sombra sou eu,
ela não me segue,
eu estou na minha sombra
e não vou em mim.
Sombra de mim que recebo a luz,
sombra atrelada ao que eu nasci,
distância imutável de minha sombra a mim,
toco-me e não me atinjo,
só sei do que seria
se de minha sombra chegasse a mim.
Passa-se tudo em seguir-me
e finjo que sou eu que sigo,
finjo que sou eu que vou
e não me persigo.
Faço por confundir a minha sombra comigo:
estou sempre às portas da vida,
sempre sempre às portas de mim!
ela não me segue,
eu estou na minha sombra
e não vou em mim.
Sombra de mim que recebo a luz,
sombra atrelada ao que eu nasci,
distância imutável de minha sombra a mim,
toco-me e não me atinjo,
só sei do que seria
se de minha sombra chegasse a mim.
Passa-se tudo em seguir-me
e finjo que sou eu que sigo,
finjo que sou eu que vou
e não me persigo.
Faço por confundir a minha sombra comigo:
estou sempre às portas da vida,
sempre sempre às portas de mim!
José de Almada Negreiros
Brechas da Democracia
O convite do PSD à regionalização é uma provocação efectiva, será que estarão doidos? A megalomania urge, o comando da U.E. está no auge, e o P.M. de qualidades desconhecidas procura os efeitos da sua acção, a sua fama exterior que depende de uma Europa obscura que vive em estado de renovação desde Napoleão, que experimenta e quebra, de tensão colectiva, de ritmos diferentes que opta agora substituir a visão táctica pela estratégica, de interesses económicos, de expansionismo competitivo, adversária submissa dos E.U.A e de epistemes.
Não chateiem com o arrumar da casa por cá! Querem causar mais brainstormings ao Governo socialista como a diminuição da oferta do Serviço Nacional de Saúde, e a remodelação, perdão, o fecho da rede de escolas desconcentradas? A opção quanto à Regionalização passa por uma politica de prudência contundente até à próxima legislatura, reporta-se a estancar o conflito institucional regiões versus governo, e manter ao longe, bem longe, a participação do cidadão.
Alô, Alô...
Concluída uma investigação exaustiva, o Cabeças com Asas em primeira-mão sob a alçada da canhota da Nevrótica Aluada encontrou um dos telefones sob escuta de Pinto Monteiro (PGR). Efectivamente este telefone faz barulhinhos esquisitos, tem uns fuminhos estranhos, do outro lado consegue-se ouvir uma voz e, só aceita ser discado por uma caneta bic laranja ou bic cristal.
terça-feira, outubro 23, 2007
A Excelência da Obsessão pelo Sucesso Não Duradouro
Ser pessimista é um estado que cansa e mói a imaginação. O pessimista tem o poder de contágio e de desencadear fenómenos de grupo. Alguns questionam a minha não dedicação às “obras” de Luís Miguel Rocha, a minha não disposição em reputar a atitude do escritor de miolo vazio, de “literatura” espaventosa como tinha feito no passado. Pois bem, a resposta surge com apelo ao estado cínico, e não pessimista! No estado cínico não se tem ilusões, impera a astúcia e a faculdade de ser paciente que incide na pura ficção idolatrada pelo Rocha. O seu discurso afinal, entra mais uma vez em contradição, porque a coisa parece que não é bem ficção, estando apinhada de factos, em que um belo dia, uma gaja acorda e estão comprovados! Nesse dia reza-se para que surjam crachás com a cara do estimado escritor e cante-se o hino nacional.
Devo dizer que o Rocha ganha o mérito de ser o homem do marketing, aquele que se coloca no lugar do consumidor, não do leitor, identifica-se com ele, vive a sua vida, as suas questões, os seus problemas e imagina o que lhe pode ser útil, o que pode vir a ser o seu subterfúgio à condição perpétua e pecaminosa de espírito inferior que nada sabe e tudo quer, senão mesmo o alívio dessa condição. Ao lermos as criticas literárias relativas ao Bala Santa o oportunismo é claro e, a pretensão encoberta, adivinhem do quê, de repor a verdade e nada mais que a verdade sobre o atentado de João Paulo II. A atitude não mudou do seu primeiro livro para o segundo, ele sabe que no reino das criaturas desconfiadas, pecadoras angustiadas, do medo e da busca pela salvação são indicadores e pretextos perfeitos para se ultrajar conspirações que não ofendem mas, que limitam a lógica, a perspicácia psicológica, o saber acumulado e a observação perpétua da vida que é vivida. Nenhuma “Bala” pode furar o intelecto se essa for a TUA vontade.
Devo dizer que o Rocha ganha o mérito de ser o homem do marketing, aquele que se coloca no lugar do consumidor, não do leitor, identifica-se com ele, vive a sua vida, as suas questões, os seus problemas e imagina o que lhe pode ser útil, o que pode vir a ser o seu subterfúgio à condição perpétua e pecaminosa de espírito inferior que nada sabe e tudo quer, senão mesmo o alívio dessa condição. Ao lermos as criticas literárias relativas ao Bala Santa o oportunismo é claro e, a pretensão encoberta, adivinhem do quê, de repor a verdade e nada mais que a verdade sobre o atentado de João Paulo II. A atitude não mudou do seu primeiro livro para o segundo, ele sabe que no reino das criaturas desconfiadas, pecadoras angustiadas, do medo e da busca pela salvação são indicadores e pretextos perfeitos para se ultrajar conspirações que não ofendem mas, que limitam a lógica, a perspicácia psicológica, o saber acumulado e a observação perpétua da vida que é vivida. Nenhuma “Bala” pode furar o intelecto se essa for a TUA vontade.
segunda-feira, outubro 22, 2007
Em Nota...
A circunstância é para esperar até ao momento em que se assiste no cinema a habitual parceria entre Tim Burton e Johnny Deep com Sweeney Todd, um thriller musical cheio de acção e emoção, onde um barbeiro (Deep) expulso de Londres e afastado da família, planeia o seu regresso à cidade para a efectiva e esperada revanche. O elenco é composto pela carismática Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen, conhecido por Borat. Por cá o filme só deve chegar em meados de 2008, entretanto aqui fica o trailer e o site oficial de Sweeney Todd.
domingo, outubro 21, 2007
Fetish
Ao colocar os olhos nas fashion news, reparei que no início de Outubro foi inaugurada a exposição Fetish, na Galerie du Passage, em Paris. A exposição resulta da colaboração entre o designer de sapatos Christian Louboutin e o diretor de cinema de culto David Lynch. A parceria surgiu depois de uma exposição de Lynch na Fundação Cartier e uma encomenda de sapatos feita a Louboutin. Nas palavras do próprio designer: "David had a big exhibition at the Fondation Cartier in March and he asked me to do some shoes for it. Out of that, I thought of asking him to do some photographs for me—he’s my favorite director. I said, “I’m thinking of designing fetish shoes for you,” and he didn’t let me finish my sentence. He said yes right away." Remeto à vossa contemplação algumas fotos de Lynch.
Zona Livre
«Hoje ficou decidido que vamos avançar com acordos bilaterais na área de serviços com todos os INTERESSADOS do Mediterrâneo. Egipto, Marrocos e Israel já confirmarem que querem iniciar tais negociações com a UE»
Parece que os anéis, as pulseiras, os lenços, o chá de menta e o haxixe vão ficar mais baratos...
Provocador
Desde o mês passado encontra-se nas livrarias a edição portuguesa da obra de Michel Onfray, Tratado de Ateologia com o cunho das Edições Asa. Brilhante, lúcido e um auxiliar indispensável para as cabeças ganharem asas e começarem a elaborar juízo crítico.
«Não se mata um sopro, um vento, um odor, não se mata um sonho, uma aspiração. Deus fabricado pelos mortais à sua imagem, hipostasiada, não existe senão para tornar a vida quotidiana possível, apesar do trajecto de cada um em direcção ao nada. Enquanto os homens tiverem de morrer, uma parte deles não suportará essa ideia e inventará subterfúgios. Não se assassina um subterfúgio, não podemos matá-lo. É ele que nos mata: Deus mata tudo o que lhe resiste. Num primeiro momento a Razão, a Inteligência, o Espírito Crítico. O resto sucede-se por reacção em cadeia...
O último dos deuses desaparecerá com o último dos homens. E com ele a crença, o medo, a angústia, essas máquinas de criar divindades. O terror perante o vazio, a incapacidade de integrar a morte como um processo natural, inevitável, com o qual é necessário formar um todo, perante o qual só a inteligência poderá produzir efeitos, e negá-los também, a ausência de sentido para lá daquele que atribuímos, o absurdo a priori, eis os raios geneológicos do divino. A morte de Deus supõe a domesticação do nada.»
...
«A missa dominical nunca primou como momento de reflexão, de análise, de cultura e de saber difundido e trocado, e quanto ao catecismo, muito menos. O mesmo se passa nas outras religiões monoteístas. Quer nas orações junto do Muro das lamentações ou nas Cinco Ocasiões diárias dos muçulmanos ora-se, pratica-se as invocações, exerce-se a memória, mas nunca a inteligência»
Gracious
...
Com ou sem rótulos de veterana estadista do feminismo, romancista de idéias e idealismo, Doris Lessing é das poucas escritoras que escreve para si mesma e, evidência de modo sapiente o espírito da contradição.
Regressos
Subsistem sons extraordinários por onde as ideias e as comoções orbitam. Sons criados por homens que nos são especiais. O arrastamento ficou pendente até um próximo encontro no CCB.
Apesar de um Verão amplificado, deixo este pedacinho sublime - September, David Sylvian (duplo click para ouvir) do álbum Secrets of the Beehive. É sempre bom voltar a ter Setembro sobre o coração...
Apesar de um Verão amplificado, deixo este pedacinho sublime - September, David Sylvian (duplo click para ouvir) do álbum Secrets of the Beehive. É sempre bom voltar a ter Setembro sobre o coração...
Estava Tudo Imprevisto...
Ok, ok… admito que ando a negligenciar este espaço, não existem quaisquer regras de assiduidade, nem sequer aprioris sobre tudo e sobre nada, nem desculpas para este abandono, uma vez que, o amor ao próximo, o bem-estar e a qualidade de vida legitimam todas as condutas, todos os princípios, todos os debates, todas as guerras. Mas, no Cabeças com Asas o essencial é o tempo para viver, os sentidos, prazer, encantos de amora, homens e mulheres sapientes, belos, espaços comuns, lugares incontaminados e a música. Tudo o resto podia desaparecer.
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