É sem dúvida censurável que divulgue o livro bombástico de 2006 O Último Papa de Luís Miguel Rocha e, não receba um convite pessoal, com lugar privilegiado, entre os editores e aquele intelectual que consentiu que lhe enfiassem o barrete, para o lançamento. Apesar do meu mau feitio, não sou rancorosa, nem me deleito por apresentar um role de queixas insalubres, devo congratular a equipa editorial, e o autor de O Último Papa, pela privação ostentada de traquejo, de inexperiência radicada no pretensiosismo, o desconhecimento do mercado literário e editorial, e o desrespeito pelos colegas editoriais, bem como, o autor em questão do livro O Último Papa de David Osborn, de 2006, editado pela Difel. Longe de mim ser metediça, simplesmente aprecio contemplar as incoerências e as manhosices de quem alimenta o bicho da imbecilidade literária.
quarta-feira, setembro 27, 2006
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26 comentários:
Cuidado é para não se dizerem asneiras na ânsia de tecer uma crítica ao livro: a edição da Difel só surgiu meses *após* o anúncio do livro do Rocha, pelo que dificilmente constituirá ignorância ou desrespeito a publicação do livro sob esse título pela Saída de Emergência.
É provável que a equipa editorial da Difel e o autor possuam uma opinião contrária. Ou foram induzidos em erro ao saber que o original do Luís Miguel Rocha tinha sido surripiado, o que eu duvido…
Porém, “O Último Papa” de David Osborn foi editado em língua inglesa em 2004, é normal que tenham feito uma tradução literal do título. O jovem “escritor” emergente, Luís Miguel Rocha, teve a sua aparição em Portugal apenas em 2005.
Bem, e olhando para as capas mostradas neste post, lado a lado, é nítido: a disposição das letras é a MESMA (veja-se a colocação do "O" e do "P"), o que me leva a concluir que a trapalhada mental do autor passou para a editora...
Bem, e olhando para as capas mostradas neste post, lado a lado, é nítido: a disposição das letras é a MESMA (veja-se a colocação do "O" e do "P"), o que me leva a concluir que a trapalhada mental do autor passou para a editora...
The Cynical, de facto a Saída de Emergência não foi de todo abençoada pela criatividade nesta capa, parece que a coisa foi feita “às três pancadas”, devem andar a fazer jus ao nome, é tudo feito numa emergência excessiva. O tipo de letra é semelhante e a disposição do "O" e do "L" também é idêntica. Presumo que tal se deve à falta de experiência.
Fogo a coisa tá mesmo negra por aqui, além disso, não ser
ao papas a mais? Intrujões estão por todo o lado.Bom fim de semana
A minha análise está feita aqui: http://sadenamarquise.blogspot.com/2006/09/importncia-da-anlise-externa.html
Beijo
A disposição do O e do P e até do L... pois!
Realmente...
E agora devo ler qual?
Mas não para já. Ando a ler a Cartilha Maternal ( fp ;-) )
Tarada
Perguntaram-me por ti, lá no nosso antro de perdição, a semana passada.
;-)
Jorge Miranda, obrigada pelo bater de asas e pelo reconhecimento. As próximas visitas ao Banhos Quentes já estão confirmadas.
Barão, de um lado está a peste, do outro lado, está a “coisa negra”. Já ao longo de vários séculos o poder hierárquico divino reflecte a dominação, a superintendência e o triunfo sobre o outro e, todo o mero mortal, uma vez na vida cai nessa avidez, outros vivem sempre nessa intrujice.
Bom descanso!
FP, permite-me dizer que a tua análise é um complemento útil às minhas opiniões e, saliente-se, que está fatalmente bem escrito.
Yulunga, actualmente as minhas perdições centram-se em antros metafísicos, fantásticos e zombeteiros. Pode-se dizer que sou como a lua, mudei de fase.:P
E fizeste lindamente.
A tua escrita por estes lados é soberba.
Parabéns.
;-)
Yulunga, obrigada pelo reconhecimento. :)))
> Porém, “O Último Papa” de David Osborn foi editado em língua inglesa em 2004, é normal que tenham feito uma tradução literal do título.
Isso é verdade, mas irrelevante do ponto de vista legal, e ninguém espera de um autor que altere a designação da sua obra para evitar títulos coincidentes com os de outros países. Imagine-se ter de procurar por todos os "Últimos Papas" publicados na China ou na Rússia para garantir que tal não acontecia.
Não que uma mudança de título prejudicasse o romance do nosso Rocha. Afinal, João Paulo I esteve longe de ser "o último papa".
(E não sabemos nós se a Difel publicou este livro deliberadamente para vogar nas ondas de publicidade geradas pelo Rocha. Admirem-se.)
Luís Rodrigues,
“nosso Rocha”? nosso não sei de quem…
A Difel é uma editora de prestígio. Há vários anos que delimitou o seu espaço no mercado, bem como, leitores fiéis, possui excelentes escritores e tradição literária, obviamente não necessita de “ondas de publicidade” de outrem.
Se pretende dizer que agiu de má fé para lesar o “escritor emergente” Luís Miguel Rocha, não creio de todo. Ora vejamos, o Luís Miguel Rocha está no prelúdio da sua carreira, não conquistou leitores, nem espaço no mercado literário, mesmo com a edição do seu primeiro livro. Até hoje consta que nada fez de proeminente e, não se conhece por completo as suas qualidades literárias mas sim, o sensacionalismo desde 2005 em volta da sua “obra”, “O Último Papa”.
Do ponto de vista ético a Saída de Emergência devia se ter dado ao trabalho de investigar, pelo menos no nosso país, para que não haja uma coincidência de títulos editados no ano presente.
Quanto à parte jurídica, induzo as duas editoras a efectuarem um T.P.C., uma vez que, as normas relativas ao direito de autor aplicam-se à actividade publicitária que se configure como criação do espírito dotada de originalidade. Sabendo que um “O Último Papa” de David Osborn foi editado cá primeiramente do que “O Último Papa” do Luís Miguel Rocha. Porém, David Osborn é um escritor reconhecido a nível internacional e com críticas louváveis. Quem sabe… se não foi a Saída de Emergência a aproveitar-se das qualidades literárias de David Osborn, mesmo porque, consta que “O Último Papa” deste autor será adaptado ao cinema.
A protecção de direitos de autor em Portugal no que concerne ao título é conferida à primeira obra *divulgada*, pelo que o _Último Papa_ do Rocha toma precedência. Discorde se quiser, mas é assim. Capítulo I, artigo 4.º, alínea 1: "A protecção da obra é extensiva ao título, independentemente de registo, desde que seja original e não possa confundir-se com o título de qualquer outra obra do mesmo género de outro autor anteriormente divulgada ou publicada."
Não seja também ingénua ao ponto de acreditar que a Difel, ou qualquer outra editora, está acima de minerar o zeitgeist para obter lucro. Depois de vários anos envolvido no universo editorial português, britânico e americano, e tendo tomado conhecimento dos cancros que corroem até os mais reputados editores, o prestígio aparente diz-me muito pouco. Por este prisma, o oportunismo não passará de um pecado menor.
Como a legislação americana não oferece protecção aos títulos das obras, o Osborn está de mãos atadas em relação à semelhança das designações. Um bom exemplo recente foi o uso do título _Farenheit 911_ pelo Michael Moore. O Ray Bradbury ameaçou processar o realizador, mas os advogados cedo o avisaram de que não havia nada a fazer. Case closed.
Luís Rodrigues,
entendo que queira justificar o seu ponto de vista de forma jurídica mas, aconselho-o a reler melhor código de autor e arrogar-se a fazer interpretações extensivas das normas jurídicas.
Todavia, não há explicação para a similaridade dos títulos quanto à sua disposição e tipo de letra presente em ambas as capas. Já sei, não me diga que a editora Saída de Emergência enviou previamente à Difel a sua capa! Ai, ai, ai… bando de copistas!
Considere-se também que a Difel não tem um prestígio aparente, tem sempre elaborado excelentes edições e apreende autores reconhecidos pelo público literário e, não me recordo, que acudissem ao sensacionalismo para promover os seus escritores. Apesar, na minha perspectiva, que as traduções, tanto da Difel como da Saída de Emergência, andam no limiar da razoabilidade e debilidade.
Abstenha-se de não produzir uma sinopse do seu currículo enaltecido… Pois, estou deveres surpreendida pela sua ignorância da realidade editorial portuguesa e dos cancros que a corroem não divulgados em público. Leva-me a pensar que existe de facto, não um pecado menor, mas um grandioso oportunismo e colaboração da sua parte nesse mesmo cancro que se alastrou na elaboração de “O Último Papa” do seu Rocha, será inconsciência sua ou uma encenação de virtualidade? Poupe-me!
Desejo que outros capítulos surjam e premeiem a veracidade dos “jogos”.
De facto atribuo razão a um escritor: “deixar a literatura nas mãos dos imbecis é como deixar a ciência nas mãos dos militares”.
Então como é? Ou sou ignorante do mercado português, ou sou suficientemente conhecedor para o explorar num gesto de grandioso oportunismo. Decida-se.
Mas voltando à questão anterior, procure no Google pela editora que levou o Rocha a Itália, depois releia o que escrevi sobre o oportunismo ser um mal menor e de não haver prestígio que impeça um editor de chafurdar na lama.
Porque qualquer editora que se queira manter em actividade terá de sujar os pézinhos mais tarde ou mais cedo. Da pior maneira vi o meu idealismo deitado abaixo, depois de colaborar em inúmeras tentativas de levar (o que considero ser) bons livros ao público, para acabar a vê-lo fugir em manada em busca do último Harry Potter, do Dan Brown ou agora do Rocha.
O mundo quer ser enganado? Pois seja. Se a venda de merda servir para financiar a publicação da boa literatura que ninguém compra, já não se perde tudo.
Deixe lá, eu poupo-lhe o trabalho:
http://www.cavallodiferro.com/catalogo14.htm
O título, para além de me incitar a fuga para o lado oposto da livraria, realmente não me era estranho...
À parte disso, confesso que saio deste blog, bem mais esclarecido do que entrei acerca deste pretensioso lançamento literário!
Parabéns! Voltarei mais vezes.
Victor
Obrigada Victor pelo reconhecimento e espero que possa bater as asas mais vezes por cá... :)
Congratulo-o pelo seu bom gosto em dirigir-se para o lado oposto da livraria, perca-se antes tempo a reler um Eça de Queirós.
Ai...ai...ai.... Cavallodiferro.
Ainda não estou recomposto do choque tido com a leitura da tradução italiana de "Equador".
Pobre Italia, só lhe faltava um "escritor" portuga para alvoraçar ainda mais o teatrozinho de intrigas, segredos, anões e bailarinas.
Gosto de ler este blog, oh se gosto !
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