Na Sombra com Edgar Allan Poe, é o reencontro que proponho para dedo a dedo, página a página, lerem a colectânea de novos contos fantásticos, agora traduzidos para o público português, encerrados numa profunda sensibilidade bizarra, da proeminência da arte sobre a vida que se estende por: Leonor, O Diabo no Campanário, O Poder das Palavras, A Máscara da Morte Vermelha, Pequena Conversa com uma Múmia, Morella, O Demónio da Perversidade, O Enterro Prematuro, Caixa Oblonga, entre outros.
Não posso deixar de enaltecer o privilégio de participar neste livro, não como Nevrótica Aluada mas, como Nocturnal Clou, sendo Allan Poe um dos meus escritores de eleição. Escrevo uma pequena introdução que alude a passagens biográficas, genialidade literária, percursores apaixonados e a personalidade deste narrador da imaginação, e da densidade psicológica.
Como refiro em Na Sombra com Edgar Allan Poe, reflecte-se o mundo de Poe, um mundo de sombras, dos ciclos decifrados que perecem em nada, na possibilidade de no fim estar um começo, de mergulharmos nas profundezas da alma humana, de apreciarmos os estados mórbidos da mente e os recônditos esconderijos do subconsciente, de conteúdos que abraçam uma forte carga emocional perturbadora, por vezes, alucinante e em conteúdos ilusórios complexos. Entre o véu da inquietude, entre achados de signos sinais e pela sensibilidade flagelada, deixem a porta entreaberta e alcancem o mundo fantástico e circundante deste visionário, que irá unir-se ao vosso isolamento no quarto escuro, ao intrépido acto vaguearem em peito aberto fragmentário, à inevitável corrosão do jardim mórbido da consciência que nos devolve sempre à projecção abstracta do abismo que monograma a alma.