quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Monólogos Dramáticos

Metamorfose de Narciso (1937), Salvador Dalí

Tenho a dizer que não lamento ter ofendido, ou ferido as susceptibilidades das criaturas queixosas com o post A Vitória do Capitalismo às 10 Semanas. Acrescento, face às vossas pretensões, que a cobiça do Humanismo é uma teoria que caiu em desuso, por isso, ignóbeis parasitas, para interpretarem a expressividade da Humanidade dos nossos dias, é aconselhável a fazer-se uma leitura proporcional aos gestos e proporções que acontecem na realidade.

O lema é proclamar-se a deliberação voluntária dotada de bom senso, se a mulher não deseja ter o filho sob a égide e responsabilidade do "parceiro", não o deve fazer, uma vez que, a atitude egocêntrica de ambos será um “mal” benéfico para aquele ser.
Além disso, a falada modernidade de uma sociedade, passa simplesmente pela ousadia de nascer. Sendo impossível um feto usar a razão, a possibilidade de uma futura convivência com mulheres que lutam pela sua autodeterminação de supermercado e cartão visa, pela preservação do corpo feminino contra o que se pode chamar agressões fisiológicas da gravidez e do parto, e que lutam contra os traumas psicológicos que surgem ao aturar e não educar uma criança, estão a agir em benefício do feto enquanto criança vindoura e infeliz.

Acredito que tal como o acto de abortar, o desejo normal de ser pais, amar e educar, devia ser acompanhado por assistência e avaliação psicológica, na medida em que, várias impotências cerebrais usam os filhos como suporte de benefícios económicos provenientes dos avós, do Estado, como sustentáculo de uma relação falhada e cartão de fidelidade para o mundo dos adultos emancipados e integrados socialmente, com a agravante de os papás desejarem manter um conceito idealizado de eles próprios como seres completos e omnipotentes, desejo de se duplicarem, desejo que o filho corresponda aos ideais e, ainda, a ideia que o filho encerre relações anteriores falhadas.

Esta panóplia de observações não corrobora com a emancipação do corpo, da busca pelo prazer, da sexualidade e a construção do acto de pensar dos homens e das mulheres.
Dadas as circunstâncias políticas e económicas do país, este referendo foi desnecessário, descabido, de afirmação política e folclórico. No âmbito da CRP (Constituição da República Portuguesa), e em consonância com os seus princípios, uma despenalização faz sentido ser discutida em Assembleia. Os debates públicos sucessivos, somente acentuaram que a mulher continua a ser um objecto que serve o capitalismo e os meandros da máquina social.

2 comentários:

uivomania disse...

Políticamente incorreto, lamentávelmente certo.

Nevrótica Aluada disse...

Uivo das manias,

a malta tem de continuar a fechar os olhos às "depravações" nacionais... Assim é tudo mais fácil!