domingo, maio 21, 2006

E Assim (Des)acontece


O mundo gira e não se passa nadita no nosso Portugalito. Futebol e mais futebol, mulheres de vozes esganiçadas e de chinela no pé correm em direcção ao Estádio Nacional. Um tal Marques Mendes, dizem que é uma das caras da Oposição, vive sob a putrefacção do poder em si mesmo como é de seu costume e, o seu discurso anedótico apresenta-se mais uma vez enraizado numa batalhada de reformas. As nóias de uma criatura pequenita andam no limiar do insuportável e do irritável. Consta que a solução é meter uma “banda gástrica” ao próprio Estado. Voltou a frisar ferozmente os problemas do país, como se ninguém soubesse quais são e, aqueles que os ignoram, estão mais interessados a comprar o bilhete para ir ver a Shakira, a explorar as catacumbas de um Campo Pequeno de fuça lavada e semi-luxurioso, a discutir o plantel e as tácticas de Scolari na Selecção. Portugalito, país das reformas sem efeito. No Chipre os comunas ganharam as eleições e Montenegro escolheu o fim da união com a Sérvia. As correntes da tradição quebraram-se, o Festival da Canção foi arrebatado por uma espécie de locomotiva slipknotiana, a Finlândia ganha com heavy-metal, acabaram-se as músicas de cúzinho. Bem, resta-me acabar o fim-de-semana a ler o aguardado livro da vaca pinky-light intitulado “O Diário da tua Ausência”. Deliciem-se por segundos, peguem nos clinexs e, deixem-se surpreender com a escrita escatológico-sentimental da Margarida Rebelo Pinto:
"Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver."

8 comentários:

Anónimo disse...

A nevrótica parece demonstrar sinas de cansaço. Está a ficar repetitiva. Será de ligar demasiado ao nosso matraquilho laranja? Vem o Verão e sabemos como é. E a Margarida é o espelho das nossas mentalidades aluadas: vai sonhando, vai esperando, vai desejando. O comboio já passou há muito tempo!
Resta-nos a poeira dos sentimentos, o lodo das saudades, o odor da imaginação .. (e os euros da Europa)

Nevrótica Aluada disse...

Os textos são o reflexo dos ciclos viciosos, de mentes imobilizadas, de um sistema estagnado e usurpado em proveito próprio. Além disso, o prémio de melhor programa de stand up comedy vai para: Tcharannn… discursos do pequenote “lalanja”. De facto, viver em permanente festim neste país cansa. Não sejas má-língua, é com aprazimento que promovo a “literatura” da Rebelo Pinto, após esta semi-crítica, a moça ligou-me a contar que se verificou um aumento maciço de exemplares.

Post Scriptum: estás a ficar demasiado aportuguesado “resta-nos a poeira dos sentimentos, o lodo das saudades, o odor da imaginação… (e os euros da Europa)”. Influências de trabalhar no Estado, ó germânico.

Anónimo disse...

só uma coisinha.. não sou funcionário do Estado!

Nevrótica Aluada disse...

Se não é o Estado, são as influências do Gago, a leitura do Destake e as idas ao mercado. É precisamente a mesma coisinha. Tens de ler mais vezes a coluna do Prado Coelho, aquilo sim, é savoir-faire em estado puro sentadito na cadeira.

Anónimo disse...

Há uma coluna que leio e é a do Barreto, sff. as outras passam-me ao lado. E que tem o Jornal do Lidl de mal? Ao menos compro chinelos baratos prá mulher me levar o uisque à cama!

uivomania disse...

Bem dizia a outra: "são rosas meu senhor"! ...E afinal era pão! A Margarida é música no coração, é o pão da alma lusitana! Abençoado cantinho que se dá ao luxo de viver em festa que alterna com drama, em inverno estilo verão. Hoje, a nossa selecção, as bandeiras da esperança a esvoaçar, a temporada da festa brava, o super rock da superbok, esta vontade de viver que ninguém pode parar... amanhã, a Casa Pia há-de voltar, os mortos na estrada das loucas correrias das férias até aos Algarves, os vaticínios do Banco de Portugal, o défice a resvalar... os milhões a entrar... e a dúvida - que tempera a vida - sempre no ar... de como nos iremos arranjar!? Quem, já nós sabemos, mas como... nos irão ajudar? É essa dúvida que paira, que paira sempre, que estimula a imaginação deste nobre Portugalito. Sim, Portugalito. Pequenito, mas bem bonito. E quando o Durão nos disse: "isto está mau!", temos que entender, que o que ele quis dizer é que precisava-mos de mais milhões. Um país sempre em festa, ainda que pequenino tem despesas e não tem espaço para depressões causadas por dúvidas quanto ao futuro! Ou há xu xu, ou não há palhaço! ...Isso, é que ele queria dizer. Só que a malta, ficou chateada, desmotivada deprimida... por não lhe terem explicado, que tinha de ler nas entrelinhas, e já nem sardinhas queria assar! Por isso é que a Margarida - essa querida - passou a escrever assim. Magistral, como sempre. Cheia de profundas metáforas e mensagens subliminares que só este povo entende. Fica a dúvida: é a Margarida que merece este povo ou este povo é que merece a Margarida? A Margarida existe, ou sou eu que estou a sonhar? Irá o Durão voltar ou o Durão é o D.Sebastião? Tantas perguntas que bailam no ar... mas não há nada como um pirinho de caracóis e umas bejecas para reflectir nestes mistérios da vida. Viva Portugal! Viva a nossa selecção e a loura fresquinha!

Nevrótica Aluada disse...

A questão é que as gajas quando compram um livro da Guida pinky-light pensam: “livro meu, livro meu, será que a personagem dá mais quecas do que eu?”, “livro meu, livro meu, será que a autora é mais vacarrona do que eu?” É uma identificação imediata e majestosa! Os homens esperam ansiosos e a babarem-se por tais coincidências, por estas artistas circenses de sapatos em bico e embaladas em zara com diários de ausência neuronal e alma de galinha apaixonadas por pop stars… Sei lá, é sensualidade aos potes!!!
Não há nada como ver a Tv Shop às 3 e tal da madrugada e ver o Scolari a publicitar a oportunidade incrível de se adquirir um relógio da Selecção, seguido de barrigas que tremem.
Porém, a minha selecção nestes dias de calor agressivo é escolher qual é a boémia mais fresca. :P

Anónimo disse...

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