Será natural que me peçam para desenhar a estrada da minha vida? Séquito extraordinário é este sobre como travar conhecimento e quebrar o gelo num ambiente de indivíduos insondados? Em condicionalismo antropológico, recuamos a tempos ancestrais, onde indígenas celebravam a vida através da dança e do jogo enquadrada num estado cooperativo. O estado cooperativo é um apelo directo à interacção, actualmente é um convite a figuras de montra, de significado comum e desamparado pela facticiedade. A superficialidade de desenhar numa folha de papel a nossa estrada poderá parecer um momento divertido ou insignificante. Porém, o sentido mais dramático, é de nos evidenciarmos como sugestivos, criativos, dinâmicos e repletos de frases feitas como “quero ser feliz”, qual concurso Miss Venezuela! Há que escarrapachar as vivências boas ou más, os desejos, os sonhos e os planos que são metamorfoseados em traços horizontais, verticais, perpendiculares, e rotundas sob o olhar psicanalítico dissimulado e comparativo.
No final, a missão é encaixar todas as estradas dos elementos no chão para surgir a estrada global, para conhecermos o outro e, sentirmo-nos integrados num grupo de gente que nunca cheiramos e vimos. Contudo, em nefasta invenção a única a desenhar uma estrada dúbia fui eu, criatura limitada. Porque não uma estrada em espiral? Trinta e tal pessoas optaram por estradas padrão, dotadas de formatação normal, inclusive com semáforos, sinaléticas, sóis, árvores, flores e prédios e, quem sabe, o rasto de poeira e partículas de monóxido de carbono. Havia jurado ser mais sensata e não cair nas garras da distopia, estimar a superfície das coisas, mesmo estando perante a minha estrada desoladora, aparentemente inútil, que não se entalhava em lado nenhum ou em porra nenhuma! Criatura desordenada? Pseudocriativa? Naïve? Caprichosa? Esquizitóide com tendências esquizóides? Desrespeitadora dos contextos? Nevrótica el quiebra ley?
Nestes jogos quebra-gelo o desenvolvimento do potencial humano é condicionado, ponto assente… O condicionalismo não anula a liberdade, faz parte de nós, mas também dificulta a transformarmo-nos no que somos e a assumi-lo. O modo como representamos as coisas depende de nós próprios, acima disso está a decisão livre, decisão de conferir sentido e, não há qualquer sentido em esmagar a individualidade do ser humano em nome do senso da unidade grupal e solidária, do envolvimento de todos de acordo com as suas habilidades, do estímulo à partilha e à confiança, do fortalecimento perseverante frente às dificuldades, do reforço dos conceitos de nível auto como a auto-estima e auto-aceitação, da criação de pontes com as pessoas, até ao encontro do caminho pessoal para se crescer e expandir. Tantas etapas e nunca nos haviamos encontrado, tirado impressões. Os objectivos destes joguinhos para unir o grupo desde o início da “sessão” são uma tremenda decepção. No meu caso, não memorizei o nome dos colegas, não criei empatia, não me soltei, nem me descontrai e não superei reservas pessoais. Seria contraproducente realçar uma atitude de exibicionismo da diferença se, o paradigma, é sermos variavelmente diferentes. Diferentes do ponto visto genético que se edifica com a nossa exogamia, diferentes face a uma variedade cultural, linguista e ambiental e, ainda, a consciência, o meio pelo qual nos podemos conhecer e modificar. Tudo isto é correcto, basicamente somos, ou podemos ser, imprevisíveis. A decepção começa com a vivência em grupo, em comunidade organizada cuja prioridade é tornarmo-nos previsíveis uns para os outros, ordenados enfadonhos, sem liberdade de nos modificarmos e, isto, nem sequer coloca o respeito pelo outro em causa. Para quebrar o gelo, em qualquer situação, basta cubos de gelo, bourbon, frases soltas, boa literatura, música e conversas em forma de cereja como acesso ao outro.
No final, a missão é encaixar todas as estradas dos elementos no chão para surgir a estrada global, para conhecermos o outro e, sentirmo-nos integrados num grupo de gente que nunca cheiramos e vimos. Contudo, em nefasta invenção a única a desenhar uma estrada dúbia fui eu, criatura limitada. Porque não uma estrada em espiral? Trinta e tal pessoas optaram por estradas padrão, dotadas de formatação normal, inclusive com semáforos, sinaléticas, sóis, árvores, flores e prédios e, quem sabe, o rasto de poeira e partículas de monóxido de carbono. Havia jurado ser mais sensata e não cair nas garras da distopia, estimar a superfície das coisas, mesmo estando perante a minha estrada desoladora, aparentemente inútil, que não se entalhava em lado nenhum ou em porra nenhuma! Criatura desordenada? Pseudocriativa? Naïve? Caprichosa? Esquizitóide com tendências esquizóides? Desrespeitadora dos contextos? Nevrótica el quiebra ley?
Nestes jogos quebra-gelo o desenvolvimento do potencial humano é condicionado, ponto assente… O condicionalismo não anula a liberdade, faz parte de nós, mas também dificulta a transformarmo-nos no que somos e a assumi-lo. O modo como representamos as coisas depende de nós próprios, acima disso está a decisão livre, decisão de conferir sentido e, não há qualquer sentido em esmagar a individualidade do ser humano em nome do senso da unidade grupal e solidária, do envolvimento de todos de acordo com as suas habilidades, do estímulo à partilha e à confiança, do fortalecimento perseverante frente às dificuldades, do reforço dos conceitos de nível auto como a auto-estima e auto-aceitação, da criação de pontes com as pessoas, até ao encontro do caminho pessoal para se crescer e expandir. Tantas etapas e nunca nos haviamos encontrado, tirado impressões. Os objectivos destes joguinhos para unir o grupo desde o início da “sessão” são uma tremenda decepção. No meu caso, não memorizei o nome dos colegas, não criei empatia, não me soltei, nem me descontrai e não superei reservas pessoais. Seria contraproducente realçar uma atitude de exibicionismo da diferença se, o paradigma, é sermos variavelmente diferentes. Diferentes do ponto visto genético que se edifica com a nossa exogamia, diferentes face a uma variedade cultural, linguista e ambiental e, ainda, a consciência, o meio pelo qual nos podemos conhecer e modificar. Tudo isto é correcto, basicamente somos, ou podemos ser, imprevisíveis. A decepção começa com a vivência em grupo, em comunidade organizada cuja prioridade é tornarmo-nos previsíveis uns para os outros, ordenados enfadonhos, sem liberdade de nos modificarmos e, isto, nem sequer coloca o respeito pelo outro em causa. Para quebrar o gelo, em qualquer situação, basta cubos de gelo, bourbon, frases soltas, boa literatura, música e conversas em forma de cereja como acesso ao outro.
2 comentários:
Não podia concordar mais com o conteúdo e a forma. Extraordinário. Sempre te soube assim e outras coisas também. E donde isso veio há muito mais.
Tu... és uma anormal! Parabéns.
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