sábado, abril 21, 2007

Culturalíssimo


“Lisboa Cidade do Livro” é uma iniciativa da autarquia de Lisboa que reúne mais de cem eventos, desde conferências, palestras, teatro e lançamento de publicações em vários pontos da capital. A programação fica a cargo de Francisco Viegas, visto que, em boa verdade mais que comprovada, não existe outro génio cultural em Portugal, quiçá o maior da Península Ibérica.
Esta actividade cultural precede a anual Feira do Livro de Lisboa e custa meio milhão de euros. Baralhando as ideias, Lisboa sempre foi a cidade do livro desde a primeira feira do livro em 1930, tem contado com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa embora, seja um evento realizado pela APEL. Em estado pausa, relembro que têm sido realizadas em Lisboa sucessivas feiras do livro ao longo do ano passado e no ano corrente, é o caso das feiras na Praça da Ribeira, entre outras. Não vejo motivo para destrinçar a Feira do Livro de Lisboa deste grandioso evento promovido pela autarquia.
Na agenda cultural da capital poderia perfeitamente constar conferências, palestras, teatro e lançamento de publicações enquanto decorria a Feira do Livro de Lisboa, que é a festa do livro a preços mais atractivos e, é um acontecimento, que contribui para a criação da identidade cultural de Lisboa. Baralhando novamente as ideias, a actividade intelectual que ostenta as figurinhas ordinárias de sempre não anda a par da actividade económica das editoras. As editoras, tal como os livreiros presentes, pagam balúrdios pela barraquinha de ferro medieval, bem como, pagam balúrdios anualmente à APEL para estarem na Feira do Livro. A APEL é um palácio sumptuoso rodeado pelas figurinhas ordinárias sanguessugas que lêem tanto que a estupidez se coloca em primeiro lugar da fila e a sabedoria desaparece, ou seja, não serve para nada senão para alimentar o bicho. Não obstante, há que dizer que a APEL e a Câmara Municipal de Lisboa não promove devidamente esta montra gigante literária junto do público, há uma total ausência de coordenação entre estas duas entidades, não se verifica um modernização no que toca aos stands e, possui falhas graves nas condições de acesso no que diz respeito aos idosos, crianças e pessoas com deficiência.
Todos se esquecem é que não existe cidade culta sem literatura e, quem difunde a literatura e os escritores são as editoras e os livreiros.

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